FONLAD'S LAST DANCE

 
Num tempo em que os grandes festivais de arte contemporânea se desdobram em estruturas mastodônticas e espetaculares, o Festival Fonlad (Festival Online de Artes Digitais) propõe, desde 2005, uma alternativa íntima, radicalmente comprometida com as margens — não como periferia geográfica ou cultural, mas como espaço de insurgência estética e política. Organizado pela Associação Videolab, o Fonlad nasceu num contexto académico e artístico específico, mas rapidamente se projetou para uma dimensão internacional, ao mesmo tempo silenciosa e resistente, como um código que circula subterraneamente entre artistas, curadores e públicos atentos às linguagens menos consensuais da arte.
 

O Fonlad não é um festival comum. A sua origem enquanto festival online — numa altura em que o mundo artístico ainda hesitava diante do virtual — constitui um gesto inaugural de ousadia. Quando quase ninguém acreditava nas potencialidades curatoriais da internet, o Fonlad construiu uma plataforma de acolhimento para práticas artísticas digitais, num gesto de descentralização da arte, propondo-se como ponto de encontro de comunidades dispersas e linguagens em trânsito. Se hoje muitos festivais reivindicam o digital como território fértil, o Fonlad fê-lo há duas décadas, com uma lucidez visionária que importa reconhecer.

 

Porém, o seu crescimento não seguiu a lógica da expansão territorial nem da espetacularização. O Fonlad preferiu crescer em profundidade: aprofundando relações com artistas, consolidando parcerias com festivais irmãos (como Magmart em Itália, Miden na Grécia, Proyector em Espanha, Cologne OFF na Alemanha, ou Strangloscope no Brasil) e ampliando os horizontes do que se entende por vídeo arte, performance digital ou instalação multimédia. Ao invés de colecionar nomes sonantes, o festival concentrou-se em promover zonas de fricção criativa — onde a arte experimental pudesse respirar, livre das pressões do mercado e dos cânones museológicos.

 

A ligação ao território é também parte fundamental da sua identidade. Com sede em Coimbra, uma cidade marcada por uma herança universitária que oscila entre o conservadorismo e a experimentação, o Fonlad estabeleceu um diálogo ativo com diversos espaços culturais da cidade: a Casa da Esquina, o Centro Cultural Penedo da Saudade, o Museu da Água, o Convento de S. Francisco, a Oficina Municipal do Teatro, entre outros. Esses locais tornaram-se palcos de encontros transdisciplinares onde a vídeo arte convive com a performance, a literatura com a instalação, a dança com o som. Em alguns casos, o espaço expositivo transforma-se num corpo ativo: um organismo vivo que absorve as ações dos artistas e se deixa contaminar pelos seus gestos.

 

Importa sublinhar que o festival nunca se isolou numa lógica de nicho. Através de oficinas, sessões escolares, residências artísticas e colaborações intergeracionais, o Fonlad foi também um dispositivo pedagógico, promovendo um acesso crítico e sensível à arte contemporânea. A criação do iFIVE – Festival Internacional de Vídeo Escolar, em parceria com várias escolas de Coimbra, exemplifica essa vontade de cultivar novos olhares desde cedo, inserindo a prática da vídeo arte no quotidiano escolar, não como mera extensão curricular, mas como gesto criador autónomo.

 

A curadoria, frequentemente assumida por José Vieira e Sérgio Gomes — duas figuras indissociáveis da génese e crescimento do projeto — nunca se rendeu ao óbvio. A sua escolha de artistas e obras revela um cuidado meticuloso na construção de narrativas visuais e conceptuais. O festival tanto acolhe artistas emergentes como nomes reconhecidos no circuito internacional, mas fá-lo sempre a partir de um critério de pertinência estética e ética. A atenção ao detalhe, à experimentação formal, à ousadia do gesto, são marcas constantes das seleções anuais.

 

Ao longo dos anos, o Fonlad acolheu centenas de artistas oriundos de todos os continentes. Em edições anteriores, podemos encontrar obras de autores como Francesca Fini, Francesca Leoni, David Burns, Carla Forte, Angella Conte, Márcia Beatriz Granero, Vijay Araghavan, Mario Gutiérrez Cru, entre muitos outros. Os temas abordados cruzam questões de identidade, território, memória, género, política, corpo e virtualidade — mas mais do que representar o mundo, os trabalhos apresentados tendem a desestabilizá-lo, a interrogá-lo, a refazer os seus contornos simbólicos.

 

Um exemplo eloquente da força poética e política do festival foi a performance “Faixa de Gaze” (2023), concebida a partir do conto “A Flor”, de António Amaral Tavares. Aqui, a fragilidade do habitar foi traduzida visual e materialmente através da gaze — tecido efémero e simbólico — em clara alusão à Faixa de Gaza, território marcado por uma existência constantemente ameaçada. O gesto artístico, neste caso, torna-se simultaneamente denúncia e cuidado, memória e ação. É esse tipo de densidade simbólica que distingue o Fonlad de outros festivais que muitas vezes se limitam à exibição de obras sem contexto ou sem pensamento crítico.

 

Outro aspeto distintivo do Fonlad é a sua constante reinvenção formal. Em vez de se cristalizar num modelo expositivo estático, o festival explora continuamente novas possibilidades de apresentação: projeções ao ar livre, instalações site-specific, eventos híbridos, mostras online, intervenções performativas. Essa plasticidade formal reflete a própria natureza do vídeo enquanto meio artístico em mutação permanente — ora imagem em movimento, ora corpo expandido, ora som visual.

 

Com o tempo, o Fonlad tornou-se um espaço de convergência internacional, com artistas de países tão distintos como Japão, Canadá, Israel, Argentina, Finlândia, Brasil ou Austrália. Esta dimensão global, no entanto, não desvirtua a sua identidade local. Pelo contrário: é precisamente pela sua inserção num território específico, com as suas idiossincrasias e tensões, que o festival pode dialogar de forma relevante com o mundo. A internacionalização do Fonlad não resulta de uma ambição cosmopolita abstrata, mas da coerência de um percurso artístico profundamente enraizado no presente.

 

A ligação ao corpo — e à sua representação, transformação e ficcionalização — é outra linha contínua na história do festival. Projetos como “Lilith Vai Para Todo o Lado” ou “Momentum” (em parceria com o Convento São Francisco) demonstram a centralidade da performance como linguagem de fronteira, onde o vídeo deixa de ser apenas registo e se torna extensão do gesto, pele translúcida da ação. Essa relação com o corpo é, ao mesmo tempo, uma exploração da presença e da ausência — temas que ganham especial relevo em tempos de hiperconectividade e isolamento digital.

 

Ao integrar o Fonlad na programação da Associação Videolab, reconhece-se o seu papel enquanto vértice de um projeto cultural mais amplo, que ao longo dos anos se desdobrou em exposições, residências, formações, publicações e ações comunitárias. A Videolab não é apenas uma entidade organizadora, mas um verdadeiro laboratório de criação e reflexão sobre a imagem, o som e o corpo. O Fonlad, nesse contexto, funciona como espelho e motor — revelando o que de mais inquietante e vibrante se faz na arte digital contemporânea.

 

Hoje, ao olhar para trás, não se pode deixar de reconhecer o contributo do Fonlad para a legitimação e difusão da vídeo arte em Portugal. Num país onde o experimentalismo audiovisual permanece frequentemente à margem dos grandes circuitos institucionais, o festival abriu espaço para artistas, obras e públicos que de outro modo teriam permanecido invisíveis. Mas mais do que isso: criou uma comunidade. Uma comunidade de criadores, espectadores, cúmplices, onde a arte não é apenas exibida, mas discutida, tocada, vivida.

 

O Fonlad é, em última análise, um espaço de resistência. Não uma resistência passiva ou nostálgica, mas uma forma ativa de ocupar o tempo e o espaço com gestos criativos que desorganizam o mundo para o reconfigurar. Numa época em que o algoritmo dita o gosto e a atenção é mercadoria, o festival insiste no olhar lento, na escuta atenta, na experiência partilhada. E talvez seja essa a sua maior conquista: provar que ainda é possível fazer arte fora dos centros, à margem dos modelos dominantes, e ainda assim (ou precisamente por isso) tocar o essencial.

 

 

PROGRAMA


1 - 5 JUNHO, 15h00 – 18h00
Curso de Formação em Video Arte e Performance

Com José Vieira e Sérgio Gomes
Centro Cultural Penedo da Saudade


1 - 31 JULHO, 14h00 – 18h00, de terça a domingo

Mostra de Vídeo Arte Internacional:

Festivais InShadow (Pt), Fonlad (Pt), Miden (Gr), Magmart (It) e Proyector (Es)
Centro Cultural Penedo da Saudade

 

3 - 8 JULHO, 15h00 – 18h00

Residências artísticas de:

Mario Gutiérrez Cru & LARQuicios (Es), Pedro Sena Nunes (Pt), Coletivo Videolab (Pt)
Centro Cultural Penedo da Saudade

 

4 JULHO, 18h00
Concerto c/ LARQuicios (Es)

Audiovisuais de Mario Gutiérrez Cru (Es)
Centro Cultural Penedo da Saudade

 

8 - 31 JULHO, 14h00 – 18h00, de terça a domingo

Mostra dos projetos de residência

Mario Gutiérrez Cru & LARQuicios (Es), Pedro Sena Nunes (Pt), Coletivo Videolab (Pt)
Centro Cultural Penedo da Saudade

 

11 JULHO, 18h00
Concerto c/ Pespakova
Centro Cultural Penedo da Saudade

 

18 JULHO, 18h00
“Os iniciados”, conversa / performance com José Vieira
Centro Cultural Penedo da Saudade

 

25 JULHO, 18h00
“Poetri in the Bothle”, performance pelo grupo Criolagens Estéticas

Apresentação de Livro LUA
Centro Cultural Penedo da Saudade

 

31 JULHO, 18h00
“The Last Dance”, dança por Maria do Mar

Apresentação de Livro FONLAD 20 Anos
Centro Cultural Penedo da Saudade

 

Direção artística: Sérgio Gomes, José Vieira

Artistas convidados: Mario Gutiérrez Cru & L.A.R.Quicios (Es), Pedro Sena Nunes (Pt),
Comissários convidados: Enrico Tomaselli (It), Gioula Papadopoulou (Gr), Mario Gutiérrez Cru (Es), Pedro Sena Nunes (Pt)

Festivais parceiros: InShadow (Pt), Magmart (It), Miden (Gr), Proyector (Es)
Parceria: Centro Cultural Penedo da Saudade
Apoio: Câmara Municipal de Coimbra

FESTIVAL DE VÍDEO ESCOLAR I5

A Associação Videolab, numa parceria com as escolas secundárias Avelar Brotero, Quinta das Flores, José Falcão, AE Eugénio de Castro, AE Coimbra Oeste, AE Coimbra Sul, AE da Lousã e AE Zona Urbana da Figueira da Foz, com o apoio do Teatro Académico de Gil Vicente, Casa da Esquina, Centro Cultural Penedo da Saudade, Teatro Municipal da Lousã e Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz, promoveram a realização do Festival de Vídeo Escolar i5, entre os dias 28 Abril e 26 de maio em vários espaços de Coimbra, Lousã e Figueira da Foz.

O Festival i-5, na sua terceira edição, pretende promover a produção e amostragem de curtas metragens realizadas por alunos, incentivando a prática e a cultura audiovisual em contexto escolar; sensibilizar as escolas para a utilização do vídeo como ferramenta criativa; divulgar experiências que promovam a familiarização com as artes do vídeo, da animação e da videoinstalação; favorecendo o encontro e a troca de experiências e ideias entre alunos, professores e profissionais das artes visuais.

A sua programação, contempla uma mostra vídeo de trabalhos realizados por alunos, a nível nacional, promovida em parceria com o Plano Nacional de Cinema / Plano Nacional das Artes.

A corrente edição recebeu 72 filmes a concurso, envolvendo 20 turmas (cerca de 750 alunos) inscritos nas atividades programadas do festival, quer como espectadores, quer como produtores ativos.

Para além da referida sessão de filmes selecionados pelo júri do festival (este ano constituído por Sérgio Gomes da Associação Videolab, Gonçalo Barros da Fila K e Elsa Mendes, Coordenadora Nacional do Plano Nacional de Cinema), que decorreu no Teatro académico de Gil Vicente a 26 de Maio pelas 21h30, foram apresentadas sessões para o 3º Ciclo no CAE da Figueira da Foz (a 28 e 29 Abril, para as escolas do AEZUF e da Sec. Bernardino Machado), no Teatro Municipal da Lousã (para o AEL, a 29 Abril) e no TAGV (26 maio para as escolas dos AE Eugénio de Castro e Coimbra Sul).

Foram ainda realizadas duas exposições subordinadas ao tema do festival, “Multiculturalidades”, a primeira no TAGV, para alunos do secundário, na qual participaram 7 alunos da Quinta da Flores, 7 alunos da Brotero, 1 aluno do AE Coimbra Oeste (Esc. Sec. D. Duarte) e um aluno da esc. Sec. José Falcão. A exposição intitulada “Multicultural-Idades I” decorreu naquele teatro entre 28 Abril e 26 Maio. Foi ainda apresentada uma segunda parte daquela exposição, “Multicultural-Idade II”, no Centro Cultural Penedo da Saudade, entre 6 e 25 Maio, centrada exclusivamente nos alunos de artes da Brotero, na qual participaram 8 alunos.

A Casa da Esquina acolheu a exposição “Multiculturalidades”, entre 28 Abril e 9 Maio, na qual participaram 40 alunos do AE Eugénio de Castro.

O programa do festival incluiu ainda duas master class: a primeira com Tiago Cravidão, a 2 Maio, no auditório da ESAB, a segunda com António Ferreira, dia 8 maio, no auditório da EBSQF / Conservatório de Coimbra.

Para terminar, Associação Videolab produziu 5 de vídeo instalações com vídeo poemas de Camões realizados nas aulas de Multimédia pelos alunos  de artes da Escola Avelar Brotero, disponibilizados nos dias do festival na Biblioteca daquela escola.


 

 OPEN CALL

Estão abertas as inscrições para a apresentação de propostas para a mostra de filmes realizados por alunos das escolas do ensino básico e secundário, com o tema "Multicultural-Idades". Prazo alargado até 4 de Abril.
 
REGULAMENTO
 
1. Objetivos:
- Promover a prática e a cultura audiovisual em contexto escolar
- Sensibilizar as escolas para a utilização do vídeo como ferramenta criativa.
- Divulgar experiências que promovam a familiarização com as artes do vídeo, da animação e da vídeo arte.
- Favorecer o encontro e a troca de experiências e ideias entre alunos, professores e profissionais das artes visuais.
- Divulgar as obras audiovisuais produzidas nas escolas.
 
2. Destinatários:
i5 é aberto a todas os alunos, grupos de alunos, ou Clubes de Cinema do Ensino Básico e do Ensino Secundário a nível nacional.
 
3. Filmes a concurso:
- Podem concorrer todos os trabalhos produzidos nos anos letivos de 2023/2024 e 2024/2025, realizados em contexto escolar e em que os alunos tenham tido um envolvimento ativo.
- Podem ser inscritos filmes de ficção e animação.
- Não há limite para o número de obras que cada escola / aluno pode apresentar.
- Todos os filmes deverão ter as seguintes configurações: Mpeg4 1920 x 1080p
 
4. Duração dos filmes:
- Os filmes devem uma duração máxima de 5 minutos.
 
5. Direitos de autor:
- Para todos os efeitos legais, cada escola concorrente assumirá a responsabilidade pelos trabalhos enviados, excluindo-se toda e qualquer responsabilidade da Organização para com terceiros.
- As imagens e a música utilizada devem ser originais ou estar livres de direitos de autor.
 
5. Inscrição:
- A inscrição é gratuita e deve ser realizada pela Escola (ou professor responsável) até ao dia 30 de Março de 2025.
Para inscrever um vídeo deve:
- Preencher on line a ficha de inscrição:
 
- Na ficha deverá identificar: autor(es) do filme, ano de escolaridade, nome da escola, nome do professor responsável, título do filme, tipo / género de filme (animação, curta metragem, vídeo arte), duração (em minutos), ano de realização.
- Disponibilizar o filme na Internet (Vimeo, You Tube, etc). Indique (na ficha on line) o link e a palavra passe (se tiver).
 
6. Divulgação:
Todos os trabalhos participantes, sejam ou não selecionados, integrarão o Arquivo Audiovisual da Associação Videolab, produtora do Festival. Com o objetivo de dar a conhecer as obras audiovisuais produzidas nas escolas, a Organização reserva-se no direito de divulgar, através dos meios que entender, excertos ou a totalidade dos trabalhos.
 
7. Seleção:
Todos os filmes recebidos serão selecionados por um júri de acordo com os seguintes critérios:
- Originalidade e criatividade
- Envolvimento dos alunos no filme
- Qualidade técnica do trabalho
 
8. Júri oficial:
O Júri Oficial será formado pelos seguintes elementos: Sérgio Gomes (Presidente da Associação Videolab e realizador), Gonçalo Barros (Fila K) e Elsa Mendes (coordenadora nacional do PNC).
 
9. Apresentação dos trabalhos selecionados:
Os trabalhos selecionados serão apresentados em forma de mostra ou instalação nos seguintes espaços (a definir):
Centro Cultural Penedo da Saudade (instalações)
Casa da Esquina (mostras e instalações)
Escola Básica e secundária Quinta das Flores (mostras)
Escola Secundária de Avelar Brotero (mostras e instalações)
Teatro académico de Gil Vicente.
As mostras e exposições decorrerão nos locais indicados em horário a definir.
 
Organização:
Associação Videolab, Esc. Sec. Avelar Brotero, AE Eugénio de Castro, Esc. Básica e Sec. Quinta das Flores, Esc. Sec. José Falcão.
 
Direção artística:
José Vieira
 
Direção técnica:
Sérgio Gomes
 
Comissão Organizadora:
António Cerdeira (PNA), Artur Costa (ESAB), Cristina Janicas (ESJF), Marina Pacheco (EBSQF), Inês Manta (AEEC), Sérgio Gomes (Videolab), Gonçalo Barros (Fila K), Sandra Alves (Casa da Esquina), Cristina Faria (CCPS).
 
Personalidades convidadas:
António Cerdeira, António Ferreira, Tiago Cravidão, Gonçalo Barros, Elsa Mendes
 
Parcerias:
Casa da Esquina, Centro Cultural Penedo da Saudade, Fila K, Teatro Académico de Gil Vicente.

FONLAD - LINE UP ACTION 2024


 Entre 17 e 19 de Outubro, o Pátio da Inquisição, em Coimbra, acolheu várias sessões de videoarte internacional, no âmbito do Festival Fonlad,  trazendo a público um conjunto de obras provenientes de quatro países: Itália, Grécia, Espanha, Portugal e Irão.

Estas obras revelam a riqueza e a diversidade do campo da videoarte contemporânea, explorando distintas abordagens estéticas e narrativas. Filmes de carácter mais documental convivem com propostas conceptuais que desafiam as convenções da forma e do tempo. Ao mesmo tempo, trabalhos de natureza experimental expandem os limites da imagem em movimento, enquanto outros se enraízam numa forte narrativa visual, criando diálogos subtis entre o espetador e o ecrã.

Em paralelo, o Festival Line Up Action, sob direção artística de António Azenha, apresentou um conjunto de performances comissariadas por Alexandre A. R. Costa:

18 Outubro, “O que esperas da tua respiração?”, de Jorge Fernando dos Santos e “Morfologia do reconhecimento”, por Carlos Fernandes.
19 Outubro, “Silence Logus (pneuma e living stones)”, de Filipe Garcia e “Agora que não danço, nunca houve em mim tanto movimento”, de Ana Raquel Silva.
 
 

FONLAD OPENING

 


Abertura do Fonlad 2024: projeções de vídeo realizadas pelo Projeto Videolab com vídeos de Sahar Marcus / Nitzan Cohen, René Clair (trecho de "Entr'acte") e Sergio Gomes.
Produção Videolab / Festival Apura
Entre 26 e 28 de Setembro, entre as 0h00 e as 06h00 na República da Praça
Fonlad 2024 Opening: video projections concebed by Videolab Project with videos by Sahar Marcus / ..., René Clair (esxerpt from "Entr'acte") and Sergio Gomes.
Prodution Videolab / Apura Festival
From 26 to 28 September, 0h00 - 06h00 (AM)


FONLAD 2024 SELECTIONS

“An Eternal Idleness”, Matteo Campulla, Italy, 03:11
“PopArt 2”, Luis Carlos Rodríguez, Spain, 05:16
“Sweet Plastik”, Alfred Banze, Christine Falk & Agus Nur Amal, Indonesia, 11:58
“Autoportrait”, Valentin Sismann, France, 04:54
“In Repetito Religare”, Audrey Colard & Valentin Sismann, France, 19:21
“The Baker”, Shahar Marcus&Nitzan Cohen, Israel, 06:34
“A Town Walled 1995”, Noel Molloy, Ireland, 12:56
“Concourse”, David Anthony Sant, Australia, 02:08
“All the sadness to be”, Johannes Christopher Gerard, Netherlands, 06:15
“Bitwise Splitting and Merging of Pixels / Begins with Chaos – Lascaux”, Kenji Kojima, Japan, 05:00
“Campfire Stories”, David Hunter, Canada, 06:50
“Stuhl Quartett”, Sergey Khismatov, Germany, 05:42
“The Forest”, Fran Orallo, Spain/Scotland, 02:15
“Spatium Clausum”, Izabella Retkowska, Poland, 01:44
“Vertigo”, Masafumi Oda, Japan, 05:03
“Call”, Andrea Leoni, Italy, 04:26
“From the place where the light goes out”, Sandrine Deumier, France, 05:45
“Hippomane Mancinella”, Ricardo Muñoz Izquierdo, Colombia, 11:00
“Chaotic Paradise”, Arezou Ramezani, Iran, 02:00
“Merkabah”, Mohammad Ali Famori, Iran, 01:51
“El hilo de la Parca (Parca's Thread)”, Blas Payri, Spain, 02:19
“Shooting”, Brigitte Valobra, France, 01:32
“The Waiting Room”, Pierre Ajavon, France, 03:15
“Las otredades que me habitan”, Isabel Pérez del Pulgar, France, 05:28
“Metamorphose”, Yoshihisa Kitamura, Japan, 02:45
“Blue Dance”, Jean-Michel Rolland, France, 01:36
“A Different Goal”, Marco Joubert, Canada, 03:26
“Here's the Information We Collect”, Tansy Xiao, United States, 01:30
“Moscos Domésticos”, Cynthia Candelas, México, 3:44
“Nos dias escuros”, Conceição Rocha, Portugal, 03:01

FONLAD @ ROMARIA CULTURAL


Romaria Cultural 2024 | Apresentação do Best Off FONLAD 23
28 JUL | 14h30
Galerias João Abel Manta (Gouveia)

Numa parceria com o FONLAD – Festival Internacional de Vídeo Arte e Performance (Coimbra), terá lugar na Romaria Cultural, uma apresentação dos melhores vídeo da última edição! A sessão terminará com um momento especial proporcionado pela Bailarina Maria do Mar, colaboradora habitual do Videolab, promotor da iniciativa.

Filmes a apresentar:
1- “Tapa Buraco”, Juliana Morais (Br), 2020, 02:59
2- “Iceberg”, Fran Orallo (Uk), 2022, 01:59
3- “De baixo para Cima, com Cheirinho a Pó de Talco”, Conceição Rocha (Pt), 2022, 06:38
4- “Selibaration #02”, Estela Lapponi (Br), 2021, 05:52
5- “Reinício I”, Isabel Perez del Pulgar (Fr), 04:56
6- “A Room Of My Own”, Eva Dabara (Il), 2020, 06:40
7- “Quarantine Rain”, Carla Forte (USA), 2020, 02:47
 

 

VIDEOLAB - 20 ANOS A MOER

 

VIDEOLAB - 20 ANOS A MOER

No dia 18 de junho de 2004, a Casa da Cultura de Coimbra acolheu uma sessão de apresentação de videoarte intitulada VIDEOLAB 2004 – Mostra de Vídeo. Esse evento marcou o início de um percurso de 20 anos, que culminaria na criação da Associação Videolab. O que se esperava ser uma sessão única rapidamente evoluiu para uma jornada contínua.
A associação transformou-se numa plataforma vibrante para apresentação de vídeos, instalações, performances, dança, música, workshops, conferências e muito mais. O seu fundamento consolidou-se como um espaço de eventos multidisciplinares, que entrelaçam diversas formas de arte sem perder o foco no vídeo.
O trabalho da associação tem-se pautado por dar visibilidade aos trabalhos de diversos artistas, ao mesmo tempo que produz também as suas obras, nomeadamente no campo da instalação vídeo e performance.
É este diálogo entre os artistas convidados e os artistas residentes que torna este projecto tão especial.
Se numa primeira fase o centro da atividade da associação se centrou nos eventos Videolab que recebiam o nome do local onde eram apresentados, tal como VIDEOLAB COIMBRA, VIDEOLAB RIO DE JANEIRO, VIDEOLAB SACKVILLE, VIDEOLAB ALCAINS, VIDEOLAB ABRANTES, entre ou-
tros, neste momento, podemos considerar que o núcleo da atividade da Associação se centra na realização dos festivais Fonlad (videoarte), LineUp Action (performance) e iFive (vídeo escolar). É também no diálogo entre estes festivais que a atividade da associação se torna relevante no panorama nacional e internacional. Nestas iniciativas são mantidas as parcerias nacionais e internacionais que conferem à atividade da associação um caracter único.
Outro grupo de atividades que se destacam na atividade do Videolab são aquilo a que podemos chamar de eventos performáticos. Estes eventos podem tomar a forma de Performance Videolab, onde o colectivo desenha um evento com diversos momentos e que por norma se desenvolve em vários espaços, convidando o espectador a seguir os performers. Não é teatro, não é performance, não é música, não é dança, mas pode ser um pouco de cada uma destas coisas. No mesmo sentido se desenvolvem os momentos “Momentum”, onde diversos artistas são convidados a apresentar um trabalho artístico sequencial sem interrupção como se de uma obra única se tratásse. Estes eventos performáticos são desenvolvidos sem interrupções e começam no exacto momento em que o público chega ao espaço, embora por vezes
ainda não se apercebam disso.
Esta foi a forma que a associação encontrou de fazer uma reflexão permanente sobre as artes e perscrutar as diversas formas de a apresentar. 

PROGRAMA
15 Junho, 21h30
Casa da Esquina
 
- Dança c/ Maria do Mar
- Mostra de vídeos:
"XIVA revisitada", Alexandre Mestre (3:54 mn); "One Stop Minute", Miguel Furtado e Tiago Coelho (1:00 mn); "Aldeia e Luz", Sérgio Gomes (33 mn); "Um Tiro no Parque", Daniel Pinheiro (4:50 mn); "Foreign", Paulo Custódio e Tiago Coelho (2:00 mn); "O rapaz no mundo de papel", Miguel Furtado (5:30 mn); Gaspacho, Nelson Brito (15:00)
- Conversa informal com antigos colaboradores
- Gaspacho



i5 - FESTIVAL DE VÍDEO ESCOLAR

A Associação Videolab, numa parceria com as escolas secundárias Avelar Brotero, Quinta das Flores, José Falcão e AE Eugénio de Castro, com o apoio da Casa do Cinema de Coimbra, Casa da Esquina, Centro Cultural Penedo da Saudade, Circulo de Cultura Portuguesa e Bienal Anozero’24, promovem a realização do Festival de Vídeo Escolar i5, entre os dias 6 e 17 de maio em vários espaços da cidade de Coimbra.

O Festival i-5, em segunda edição, pretende promover a produção e amostragem de curtas metragens realizadas por alunos, promovendo, assim, a prática e a cultura audiovisual em contexto escolar; a sensibilização das escolas para a utilização do vídeo como ferramenta criativa; a divulgação de experiências que promovam a familiarização com as artes do vídeo, da animação e da vídeo instalação; favorecendo o encontro e a troca de experiências e ideias entre alunos, professores e profissionais das artes.

A sua programação, contempla uma mostra vídeo de trabalhos realizados por alunos, a nível nacional, promovida em parceria com o Plano Nacional de Cinema / Plano Nacional das Artes.

A edição de 2024, associando-se às comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, terá como tema “Expressões de Liberdade”.

A direção do festival recebeu 72 filmes a concurso, estando 20 turmas (cerca de 400 alunos) inscritos nas atividades programadas do festival.

Para além da sessão com os filmes selecionados pelo júri do festival (este ano constituído por Sérgio Gomes da Associação Videolab, Gonçalo Barros da Fila K / Casa do Cinema de Coimbra e Rita Capucho, diretora do Festival Porto Femme), que decorrerá na Casa do Cinema de Coimbra no dia 15 de Maio pelas 21h30, serão apresentadas igualmente sessões para o 3o Ciclo, na Casa da Esquina (com visita à exposição comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril no Centro Cultural Penedo da Saudade) e Secundário no Circulo de Cultura Portuguesa / Convento de Santa Clara a Nova (que incluirá uma visita à Bienal Anozero’24).

O programa do festival incluirá ainda uma master class com Bruno Caetano, diretor e animador da Cola Animation, dia 8 maio, pelas 11h30, no Auditório do Conservatório de Coimbra e uma apresentação de filmes na Casa do Cinema no mesmo dia pelas 21h30.

Para terminar, Associação Videolab providenciará a realização de um conjunto de vídeo instalações produzidas com a participação de alunos na Escola Avelar Brotero, que estarão disponíveis em vários espaços daquela escola nos dias do festival.

+info:  https://sites.google.com/view/ifive/



 

REGULAMENTO
(english at the bottom)

  1. O FONLAD - Festival Internacional de Vídeo Arte e Performance, é um evento organizado pelo Projeto Videolab com o objetivo de promover produções artísticas que abordem a relação das novas tecnologias e a arte contemporânea, com uma especial incidência no vídeo arte.
  2. O Festival é aberto a todos os artistas nacionais e estrangeiros que trabalhem ao nível da vídeo arte.
  3. O Festival Internacional de Vídeo Arte e Performance decorrerá presencialmente e on line entre 10 e 24 Julho de 2024.
  4. O tema global do Festival é livre.
  5. Todos os interessados podem participar gratuitamente mediante o preenchimento obrigatório de uma ficha própria, na qual constará: nome, nacionalidade, endereço eletrónico, web site, breve currículo artístico, ficha técnica da obra [título, técnica e formato] e texto alusivo à obra apresentada.
  6. Cada participante poderá apresentar 1 ou mais obras em formato digital, que não tenha sido submetida anteriormente ao festival, devendo preencher um registo de inscrição por obra submetida.
  7. Todas as propostas deverão ser submetidas on line até 31 de Maio 2023.
  1. Todos os vídeos deverão ter as seguintes definições: MPEG4 (codec H264), 1920 x 1080.
  2. Todos os vídeos deverão estar disponíveis on line para visualização pública - devendo para tal ser fornecido um link e permitir que o mesmo possa ser disponibilizado na página on line do festival).
  3. Os participantes autorizam o uso de imagem, som e exibição dos materiais submetidos ao Festival Fonlad, bem como a sua participação noutras mostras ou eventos organizados ou derivados de parcerias estabelecidas pelo Festival Fonlad e pelo Projeto Videolab.
  4. Terminado o evento, a organização reserva-se o direito de guardar as imagens / vídeos recebidos com o objetivo de construir uma galeria de projetos digitais. Os vídeos recebidos serão integrados na Coleção do Festival e do Projeto Videolab, e usados em futuras mostras de divulgação (físicas ou on line). Sempre que tal acontecer os artistas serão notificados.
  5. A participação em qualquer dos eventos do festival pressupõe a aceitação deste regulamento por parte do artista. Todos os projetos que não cumpram as regras estipuladas neste regulamento serão excluídos.
  6. Os casos ou situações extraordinárias e omissos a este regulamento contarão com uma aplicabilidade e resolução do comissariado do festival.
Qualquer dúvida ou esclarecimento em relação à organização do festival, podem os interessados contactar José Vieira: projetovideolab@gmail.com
 
RULES AND SUBMISSIONS
  1. The Fonlad International Video art and Performance Festival is an event organized by the Videolab Project with the purpose of promoting artistic productions that associate new technology with contemporary art, with a special interess on video art and performance.
  2. The Festival is open to all national and international artists who work with video and performance.
  3. The Festival will occur from 10 to 24 July 2024, where all selected works will be presented online and screened on a phisical space.
  4. The main theme of the Festival is free.
  5. All who wish to participate may submit their work, with no fee included, by filling in the online form with name, nationality, email address, work title (which should include the title, technique and format) and a synopsis.
  6. Each participant may submit more than one work on digital support by filling in a form for each work presented.
  7. All work must be submitted on line by May 31, 2024.
  1. All videos must be in the following format: MPEG4 (codec H264), 1920 x 1080 or 1280 x 720. (The work must be available online for public display, and authorized for public display on the Festival online page).
  2. By submitting their work, the participants authorize the use of sound and image of the material to be exhibited in the course of Fonlad Festivals shows as well as in partnerships contexts promoted by the Fonlad Festival and the Videolab Project.
  3. Once the Fonlad Festival is concluded, the organization will reserve the right to store the work with the purpose of creating a Digital Project Gallery. The submitted works will be included in the Fonlad Festival and Videolab Collection and used in future virtual and non virtual shows, for promoting, The artists will be notified before each presentation of their work.
  4. The participation in any event of the Festival will include the agreement of the rules of submission. Any work who does not agree to the rules will be excluded.
  5. Any circumstance omitted in this regulation will be evaluated and considered by the organization of the Festival. For more information, please contact José Vieira: projectovideolab@gmail.com

 

A Associação Projecto Videolab apresenta uma sessão de vídeoarte sobre a “Liberdade de Expressão”, no Teatro da Cerca de São Bernardo, no dia 6 de março, pelas 15 horas.

Esta sessão pretende fomentar um diálogo entre o tema e os desafios que o jornalismo enfrenta nos dias de hoje. 

A sessão integrou o evento “Conversas na Comunidade”, no âmbito do Programa Comemorativo “25 de Abril: Rumo ao Cinquentenário”. O evento teve como parceiros a Escola D. Dinis, a Escola da Noite, o CEIS 20 e o Plano Nacional das Artes.